domingo, 8 de outubro de 2023

Sawadee ka, Thailand!

 Well, well, well... quem diria!? Na verdade todo mundo diria. Eu sou aquela que quando digo a alguém "estou em casa" o outro pergunta "qual casa?" Então choca um total de zero pessoas o fato de eu ter vindo parar na Tailândia. Eventualmente iria acontecer, o sudeste asiático entrou na minha mira em abril deste ano e cinco meses depois voilá! Sim, eu sou focada nesse nível. Quando aponto para um destino já dou o primeiro passo em direção a ele. São essas conquistas que me emocionam e trazem energia para seguir.

Pega o seu Thai Iced Tea e vem comigo.

Sem mais delongas, estamos aqui amigos, 10h a frente do Brasil e 6h de Portugal. Venho do futuro para dizer que é lindo. E quente. Vim para Bangkok sabendo que aqui a temperatura ronda os 30ºC o ano todo, ficando mais quente um pouco no final do ano, alta temporada. Desembarquei numa bela manhã do dia 21 de setembro de 2023 achando que tinha chegado no Rio. O calor, a umidade, o mormaço, o bafo... tudo me lembrava a cidade calamitosa. E não só! Ao chegar peguei um metrô do aeroporto para o que eu achava que seria a estação que ficava a 1min a pé do meu hotel, mas isso era pros ônibus, o metrô deixava a uns 3km de distância. Nada difícil de percorrer se você não estiver carregando uma mochila de 12kg nas costas (eu sei, vou reduzir o peso, mas é que realmente trouxe coisinhas a mais para ir gastando e depois repor em quantidades menores). 

E o que é que a gente faz quando precisa de transporte público em Bangkok? Chama um tuk tuk, obviamente. Por mais uns 100 bahts cheguei sã e salva à minha primeira casinha asiática e já marquei o primeiro check na lista de turistagem. E mais uma vez me senti em casa mesmo, o caminho todo parecia ser percorrido no centro de Nova Iguaçu. As ruas, a fiação exposta, o comércio, o calor, tudo me transportava pra rua do túnel. Eu tinha certeza que ia passar pela Veplan e pelo EME. De tuk tuk. Imagina.

E lá vamos nós!

Me diz se não é o centro de Nova Iguaçu ou qualquer bairro da zona norte do Rio.

Mas a mão inglesa e os caracteres indecifráveis estavam ali para me dizer que sim, eu estava pisando em solo tailandês. Meu voo saiu de Paris às 13h40 e às 9h30 do dia seguinte eu estava no hotel. Dizem por aí que a pessoa quando faz uma viagem longa dessas fica muito cansada, precisa dormir um pouco antes de se aventurar pelo local desconhecido. Aham, tomei um banho rápido, saí secando suor (oi, verão carioca) e me joguei na cidade. Sempre com o google maps numa mão e uma garrafa d'água na outra. Antes disso fiz uma pausa no hotel mesmo para inaugurar a era pad thai. Mas vou falar mais sobre comidinhas em outro momento. 

O primeiro pad thai a gente nunca esquece.

Fui direto conhecer o Grand Palace of Thailand, um complexo de templos e palácios que me pegou de um jeito que eu não esperava. Foi meu primeiro contato com edifícios e monumentos budistas e eu não estava nada preparada para o que ia ver dali em diante. Absolutamente tudo era incrível, rico em detalhes, mosaicos, brilhos, cores. Imagino que as pessoas criadas fora do contexto cristão também se deslumbrem da mesma forma vendo nossas igrejas e catedrais.


Essa é uma das minhas fotos favoritas da viagem até hoje.


Além de percorrer o Grand Palace bem lentamente para admirar e absorver toda a sua beleza, eu era forçada a diminuir o ritmo também por causa do calor. Suava em bicas, a roupa - que precisa cobrir ombros e joelhos para visitar os templos - colava no corpo como se tivesse sido molhada de propósito. Nesse momento eu comecei a sentir a intensidade do calor asiático. O ar não é úmido a ponto de dificultar a respiração, mas você está o tempo todo transpirando muito. Em todo lado é possível comprar pacotes de toalhitas ou lenços de papel para secar o suor do rosto, porque cai nos olhos e faz arder. 

O dia inteiro com o cabelo molhado de suor. Inabalável. 

Mas quem é o calor perante uma cria da Baixada Fluminense, não é mesmo? Continuei minha exploração debaixo do sol implacável das 13h. Ah, na entrada também disponibilizam sombrinhas para a visita, tipo as que as senhorinhas usam nas ruas em dias de muito sol. Ignorei, não queria ficar carregando aquilo o dia inteiro. Não se esqueçam que eu já tinha as mãos ocupadas com a garrafa d'água e agora um guia em papel mostrando o mapa do espaço.

Construído a partir de 1782, esse complexo foi até pouco tempo não só residência real, mas também sede de órgãos administrativos. Hoje em dia é aberto a visitação e ainda abriga alguns eventos oficiais.

Aos poucos fui caminhando e me perdendo entre os 218.000m² do Grand Palace. Parava de vez em quando numa sombra para beber água e recuperar o fôlego. Ou aproveitava para me sentar um pouco dentro dos templos enquanto apreciava os altares. Em todos os templos é preciso entrar descalço, então uma boa dica é vir de chinelo ou sandália, algo que seja confortável e fácil de calçar e descalçar, porque você vai repetir esse processo muitas vezes ao longo do dia. Um par de havaianas é o calçado perfeito para seus passeios em Bangkok. Assim como nos pontos de ônibus da Av. Brasil, o calor esquenta muito o chão e a sola de borracha das havaianas é um bom isolante térmico para garantir que seus pés não se queimem. 

Você só precisa de uma blusinha de manga, uma calça fresquinha e um par de havaianas.

Ao final da visita, enquanto caminhava para a saída, avistei um cartaz dizendo que o bilhete incluía um espetáculo de danças tradicionais tailandesas em um teatro próximo e que o último horário de transporte para o último espetáculo do dia saía em 15min. Sorte a minha. Fui direto para o trenzinho turístico que nos levava ao teatro. A apresentação dura 30min, é linda, mas não pode ser filmada. São dezenas de bailarinos representando danças de épocas e regiões diferentes do país, com figurinos e coreografias encantadores. 

A galera do último trenzinho pro último espetáculo do dia.

Aguardando numa poltrona confortável e com ar-condicionado. Podia nem ter nada, eu ficaria aí sentada 30min depois de um dia andando no sol. 

Uma belíssima surpresa para encerrar o primeiro dia. Sim, porque eram 17h e eu já estava pronta para voltar ao hotel, tomar outro banho e só sair para comer alguma coisa depois do sol se pôr. Afinal a pessoa realmente se cansa depois de uma viagem longa.