quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Guia do viajante solitário: como ser seu próprio fotógrafo

O que eu gosto mesmo nessa vida é de estar cercada por pessoas inteligentes. Só temos a ganhar com isso. Por exemplo: o tema de hoje. Uma amiga viu recentemente essa foto minha no instagram:


Então me disse "Vc podia dar essas dicas no blog, pras pessoas que viajam sozinhas." (Ziza, sua linda!)

E não é que podia mesmo? Curto demais viajar sozinha (ou muito bem acompanhada, não existe terceira opção). Um dos maiores problemas de viajar solo é na hora de variar nas fotos. Geralmente ou vc tira selfies sempre com sua cara destacada num canto, ou só fotos de paisagens, sem interagir com elas. Isso ERA um problema!

Mas a selfie tradicional continua valendo, porque autoestima é vida!

Esse ano investi num celular com uma câmera melhorzinha, porque não podia ir pra Itália e voltar com imagens mais ou menos, né? E fui descobrindo as funções dele, entre elas o temporizador! Gente, mudou minha visão das paisagens. Agora eu não fico só "na frente da paisagem", consigo interagir sem precisar abordar estranhos pedindo "can you take a picture, please"É libertador, mas exige paciência e algumas tentativas. Definitivamente, dez segundos pra mim não são dez segundos pro meu celular.

Dito isso, dá pra brincar muito com o temporizador da câmera. E a tia Bia vai ensinar.

Workshop de Selfie Disfarçada - Por Bia Coelho :D

Primeiro módulo: Precisamos de um tripé

Não to falando de um equipamento profissional, mas de qualquer coisa que sirva pra apoiar o celular. Tipo isso:

Minha mochila e a jaqueta


Pode ser qualquer coisa que dê pra apoiar o celular. Com as câmeras digitais é mais fácil, porque elas se sustentam sozinhas, mas o celular não, então na hora uma bolsa, mochila, livro, sei lá... alguma coisa vai servir de tripé pra sua selfie maravilhosa.

Segundo módulo: Nível avançado de tripé

É legal ver que aos poucos vamos modificando nosso olhar pro ambiente, tentando descobrir novos tripés. Olha esse:

Sim, uma moita


É mais difícil equilibrar o telefone aí, porque nem sempre a planta é densa o suficiente pra sustentar numa posição que dê um bom enquadramento, mas vai tentando, quando você conseguir um ângulo bom vai acontecer isso:


 Palácio Nacional e Jardins de Queluz, Lisboa

 Dá pra brincar com o foco também, sem ser selfie. Essa é uma das minhas fotos favoritas.


Terceiro módulo: Calculando o temporizador

Não parece, mas é muito importante saber o timing certo. Quando não usamos flash é mais difícil saber se já bateu a foto ou não. Eu sempre coloco em 10s, porque dá tempo de ir pro lugar com calma e não sair com cara de desespero. Mas já tentou contar o tempo mentalmente? Pra sincronizar perfeitamente com o tempo real é quase impossível. Todos sabemos que o tempo é relativo, imagina na nossa cabeça. rs

Enfim, recomendo 10s no temporizador e uma pose que possa manter por uns 13s (da sua cabeça). Conta os 10 com calma e dá uma respirada, aí as chances de sucesso são maiores. 

Isso vai acontecer algumas vezes, até acertar o tempo da câmera.

Um truque pra aproveitar o clique fora do tempo: quando estiver voltando da pose, vem com charme, sorrindo. Assim, mesmo sem o objetivo final, tem grandes chances de sair uma bela foto espontânea. Como essa em Verona, na primeira vez que testei isso. Na verdade eu tava rindo de contar 10s e dar um pulo pra jump photo. kkkkk

Quarto módulo: Enquadramento

Também uma parte importante a ser considerada, porque eu tenho TOC e gosto de simetria, harmonia. Não é porque é selfie que pode ficar de qualquer jeito, dá pra compôr uma imagem bonita.

Vamos evitar isso: horizonte torto, nem aparece um prédio, nem o outro, nem o jardim, eu escondendo a paisagem, ao invés de interagir com ela... essa foto me dá siricutico.

Mais uma vez, é só ter paciência pra ir apoiando a câmera num enquadramento bom e que dê pra apertar o botão, claro. 

E pronto! Toma aqui seu certificado de "Viajante independente que não se limita às selfies".

Bem, não sou fotógrafa profissional, então aos que são: me perdoem se falei muita besteira, mas esse é um jeito divertido que aprendi de mudar um pouco o padrão das fotos para quem viaja sozinho. 

Espero que também se divirtam nas próximas viagens e tenham novos olhares sobre as paisagens visitadas. Depois me contem como foi.