terça-feira, 6 de abril de 2021

Praia de Matosinhos. Crônica de um amor verdadeiro, amor eterno

 "...Nunca mais eu chego ao porto, ao porto de Matosinhos"

O porto de Matosinhos ao fundo, em mais um pôr-do-sol inesquecível.

Eu canto essa letra há 15 anos (gente, como o tempo voa!), mas nunca pensei que fosse representar tanto um amor como agora. Meus amigos no Porto sabem, eu sou a maior fã e defensora da Praia de Matosinhos. Ela preenche todos os requisitos na minha classificação de uma boa praia para o verão: acessível tanto de carro quanto de transporte público, mar calmo e bandeira verde na maioria das vezes, areal amplo e plano, pra ninguém se amontoar. Há quem diga que ela fica lotada no verão, mas eu já frequentei Copacabana no verão sem encontrar espaço para abrir uma cadeira, então não, a praia de Matosinhos NUNCA fica lotada. 

Isso é uma praia com pessoas, lotada é outra coisa...  

Tem desvantagens? Tem. A água é congelante quase sempre, às vezes fica "só" muito fria, mas eu já tive cãimbras de frio nas águas cariocas, então não elimino por isso. O importante é entrar no mar sem levar caixote, o resto a gente resolve. Também não tem uma paisagem lá tão interessante, é uma praia urbana e vamos ver prédios em volta. Fica de frente pro mar que tá tudo certo, não é eliminatório.


Além disso, olha esse calçadão! Delícia para caminhar, passear, admirar o céu colorido...

Agora, precisamos falar sobre a nortada, "um vento forte, áspero e frio que vem do norte", segundo o dicionário. Nortada boa é a cerveja, porque esse vento que sempre traz nevoeiro junto é de lascar. Ano passado passei o verão inteiro saindo de casa todos os dias em que acordava com sol quente na cidade do Porto e seguia toda serelepe pra praia, 20 minutinhos de carro, um sonho de quem vem de Nova Iguaçu e pegava 2h de metrô cheio ou trânsito até a zona sul. Enfim, dizia eu que ia feliz cantarolando no carro, vidros abertos com o vento quente acariciando o rosto... para chegar no litoral e levar um pontapé frio da nortada e do nevoeiro. Olha, eu passei muita raiva, porque insistia em voltar no dia seguinte. Digamos que eu não perdi as esperanças porque mais ou menos metade das tentativas deram certo e cheguei lá com sol e calor, aproveitando o dia até o sol se pôr, outro espetáculo impagável que só um litoral voltado para o oeste pode oferecer.

Quem me ama me leva para a praia.

Acontece que apesar das partes menos boas aquela praia arrebatou meu coração. Que energia boa tem esse lugar, que sensação de tranquilidade, de conforto, de um típico dia lindo de verão. Eu amo sentar na areia e observar as pessoas em volta, todos nós saídos de novelas felizes, sem problemas na vida, sem preocupações, com a única obrigação de sorrir e se bronzear. E como é bom ser esse personagem por algumas horas, só para lembrar que essa sensação existe e como faz bem.

Ah, o verão...

Continuo amando frequentar essa praia que tem o famoso porto eternizado por Vitorino. Quantas vezes fui feliz só de sentar ali na areia e ver o pôr-do-sol, ou caminhando na orla, ou dando muitas risadas com amigos... Apesar de não ser a melhor praia do mundo, é a melhor toda vez que vou lá e construo lembranças incríveis. 

Matosinhos + amigos = quentinho no coração