sábado, 4 de novembro de 2023

Precisamos falar sobre Koh Lipe

Não é surpresa para ninguém que eu amo um destino de praia, né? E mesmo já tendo conhecido algumas das praias consideradas mais bonitas do mundo, nunca estou satisfeita e sempre vou atrás de um litoral novo, onde possa massagear meus pés na areia e experimentar novas águas. É claro que eu estava super ansiosa para pisar nas belíssimas praias tailandesas e ver com meus próprios olhos aquelas imagens tão paradisíacas que parecem de mentira (e algumas são mesmo, mas não é sobre isso).

Era essa imagem de barquinhos no mar azul turquesa que eu esperava ver.

Eis que, uma semana depois de exaurir minhas glândulas sudoríparas andando pelas ruas de Bangkok num calor de 35ºC, chego finalmente à minha primeira ilha tailandesa, Koh Phangan. Ué, mas não era Koh Lipe? Sim, é Koh Lipe, calma que vou chegar lá.

Minha expedição praieira começou em Koh Phangan, onde fui exaurir minhas glândulas sudoríparas na areia, não na cidade. Porque o calor continuou o mesmo, não pensem que uma brisa refrescante com cheiro de maresia vai tornar sua vida mais fácil no sudeste asiático. Venha preparada para transpirar dentro d'água, até porque a água é quente. "Ah que delícia, uma água quentinha pra mergulhar..." Não é bem assim, existe água agradável, aquela que não é tão fria, que é gostosinha de ficar, sabe? e existe a água quente, que não te refresca quando sua última esperança para amenizar o calor é ir dar mergulho. Só decepção nesse sentido. Mas é alegria em todos os outros sentidos, né mores? Afinal, eu estava passando calor num tranquilo mar azul com areia branquinha, cercado de mata e muitas opções de frutas tropicais e sucos para repor as energias.

Koh Phangan. A alegria de quem sabe que vai só pular de praia em praia pelas próximas semanas.

E foi assim em todas as paradas por onde passei daí em diante: Koh Tao, Krabi, Koh Phi Phi... até chegar em Koh Lipe, minha queridinha. Senhoras e senhores, eis que temos uma praia favorita (até o momento) na Tailândia: Pattaya Beach!

Gente, olha isso!!

Pra começar preciso dizer que Koh Lipe é a minha ilha favorita na Tailândia. Diferente das outras ilhas, não é um destino de festa ou um lugar onde você precisa ter uma moto para se locomover. Como eu não piloto motos, precisava sempre de táxi ou tuk tuk para explorar alguns lugares, mas não aqui, aqui estou no paraíso dos caminhantes. Percorri a ilha inteira a pé, parando para apreciar uma paisagem, molhar os pés na água, tomar um suco ou água de coco. Além de ser bem pequena, a ilha tem uma elevação baixa, então era bem fácil cruzar de um lado a outro em poucos minutos.

Walking Street, a rua principal de Koh Lipe, por onde também passam motos, mas nada que atrapalhe, todos convivem bem no trânsito por lá.

Aparentemente este destino não é um dos mais explorados no país, por ficar um pouco mais afastado. Koh Lipe é mais próxima da Malásia do que das outras ilhas tailandesas. Tanto que de lá eu parti para o país vizinho, que nem estava nos meus planos e foi uma grata surpresa. Mas voltando a Pattaya Beach, por que quero dedicar um post só para ela? Porque eu passei um dia inteirinho nessa belezura e queria partilhar com vocês essa experiência. 

Falando em país vizinho, dá uma olhada nesse posto de imigração. Passamos por ali antes de pegar o barco pra Malásia. Nossas malas ficam na areia, nós ficamos na areia. Inclusive um senhor foi dar um mergulho enquanto esperávamos para passar pelo controle de passaportes. Se isso não é um sinal de lugar bem good vibes, eu não sei mais nada.

Quando cheguei em Koh Lipe estava chovendo e a previsão para os próximos dias não era das melhores. Mesmo assim decidi que iria aproveitar ao máximo, nem que fosse caminhando na chuva para conhecer a ilha. Não chovia o dia inteiro, mas também não fazia um sol lindo, estava nublado, um tempo ok (e calor, sempre muito calor). Eis que lá pelo terceiro dia acordei com um céu azul convidativo e o sol sorrindo pra mim. Era minha chance, me arrumei rápido, comi alguma coisa e segui pra uma praia onde tinha visto umas cadeiras de resort na areia no dia anterior e ia arriscar ficar por ali, nem que precisasse consumir algo. Aqui tem essa curiosidade, muitas vezes os resorts são abertos ao público, podemos simplesmente entrar, usar a piscina, consumir algo no bar e pronto. Nesse caso eu nem ia entrar, só cheguei bem plena e sentei na cadeira com a confiança que Deus me deu para enfrentar o desconhecido. Se alguém viesse me atender eu pediria uma bebida, se viesse reclamar eu sairia. Ninguém veio nem pra vender nem pra reclamar, e assim eu fui ficando, como os outros hóspedes nas outras cadeiras (sabia que eram hóspedes porque todos tinham as mesmas toalhas de praia, menos eu). Também não estava cheio, então não ocupei o lugar de ninguém, tá? E o dia foi passando, eu ia pro mar, voltava pra passar calor, voltava pro mar, voltava pro calor e, uma boa notícia: a água não era tão quente quanto nas outras praias. Realmente tive mergulhos refrescantes, longos minutos na água flutuando e observando tudo em minha volta, como estava lindo!

Bem plena na minha cadeirinha de praia.

Maaaaas, com o passar das horas fui ficando com fome. E comecei a pensar que deveria ir almoçar e depois voltar pra praia, mas e se eu perdesse meu lugar? E se outra pessoa pegasse minha cadeira que estava perfeitamente posicionada na sombra pra aliviar um pouco de tanto sol? Eu sabia que ia perder meu lugar se saísse, então a solução foi a mais óbvia possível: comprar comida no bar do hotel. Claro que eles tinham um bar com opções superfaturadas ali na beira da praia, e eu vi isso como um investimento pelas cadeiras que eu estava ocupando (ah sim, eram duas, uma pra mim e uma pra minha bolsa, mais uma mesinha). Achei justo, não sairia tão caro assim.

Por volta das 14h pedi um dos melhores hambúrgueres que comi nos últimos meses, também não foram muitos, mas esse estava muito bom. Por menos de 10 continuei na minha vidinha de luxo, dessa vez só esperando o sol se pôr.

Podia ter sido um pad thai, mas alguém pediu um hamburguer perto de mim e fui contagiada pelo cheiro, então entrei no clima da gringa que não experimenta comida local. 

Sim, porque se eu tinha ficado até ali só sairia com o pôr do sol. E assim foi, entre mergulhos, cochilos, leitura e apreciação fui passando meu dia perfeito na praia perfeita. Pelas 18h senti que era o momento de caminhar de volta pro hotel, relaxada e sorridente, agradecida por um dia de sol tão lindo.

A praia ficou meio vazia o dia inteiro, mas nessa hora basicamente só estavam as crianças locais brincando, provavelmente vindas da escola. 

Agora sim posso ir embora.

Era só isso mesmo, queria dividir esse que foi um dos melhores dias da viagem, um dia de fazer nada, de deixar as horas passarem sem pressa e sem compromisso. Às vezes é bom só reduzir o ritmo e ver o dia passar.