terça-feira, 7 de maio de 2019

Um fim de semana no Delta do Parnaíba

A escala de hoje não foi minha, mas da minha irmã. Ela tem viajado algumas vezes pelo Brasil para participar de congressos, treinamentos e intercâmbios em Fisioterapia. Vai sempre acompanhada da professora/coordenadora do projeto que faz parte e de colegas da área também. Aliás, a professora dela adora um passeio. Ela e o marido já vieram parar até aqui em Portugal e fizeram tours comigo. Voltem logo, Cátia e Ronaldo!! :)

Como todo bom viajante, eles aproveitam o tempo de folga pra conhecer um pouco mais da região. A última viagem deles foi para o Piauí, um lugar que nos oferece muito mais que a sonoridade desse belíssimo conjunto vocálico. Afinal, quantas palavras você conhece com 5 letras e só uma consoante na língua portuguesa (é uma pergunta de verdade, tentei lembrar de outra e não consegui)?

Deixando o português de lado, vamos ao que interessa. Fala, Talinha!

"Bem, fui para Piauí a trabalho na primeira semana de outubro de 2018. No fim de semana aproveitamos para conhecer a região do Delta do Parnaíba. Delta em tamanha extensão só existem 3: no Vietnã, no rio Nilo e o nosso tupiniquim. 

Fizemos o trajeto Teresina-Delta de carro alugado, que reservando pela companhia aérea teve desconto, então conseguimos um Jeep Renegade por R$100,00 ao dia. 

No trajeto minha professora aproveitou para comprar carne de sol e eu comi milho feito na brasa, vendido à beira da estrada por R$3,00!!!! Quanto?! Treixx reaixx!

Chegamos de noite, então depois de deixar as malas na casa emprestada de uma amiga, fomos procurar algum lugar para comer caranguejo. Não existe caranguejo melhor que do Piauí. E isso foi dito pela minha professora, uma alagoana especialista em caranguejo!!
Pois bem, achamos um lugar bem simples, que demoooooora, mas o caranguejo estava uma delícia. Não lembro o nome, mas é um restaurante de esquina bem no final da beira rio, super fácil de achar.
Sábado cedinho saímos para fazer o passeio de barco pelo Delta. A saída é no Porto dos Tatus, um pouco distante do centro. Tem que chegar na hora, eles não podem atrasar pelo movimento das marés. O passeio custou R$70,00 com almoço e caranguejada inclusos. O passeio é maravilhoso, com duas paradas para banho. A primeira é próximo ao encontro com o mar. Descendo do barco, tem alguns quadriciclos caso queira fazer um passeio pelas dunas, mas não achei que valeu a pena, melhor ficar ali tomando banho de rio e comendo ostra. Ah, as ostras... 3 por R$10,00. Fresquinhas!!!! Por mim ficava ali o dia todo. A louca da ostra! Uma vez em Barcelona passamos por um restaurante que tinha as benditas, mas como estávamos com orçamento limitado, falei "Talinha, pede uma ou duas, não temos muito dinheiro", "Tá bom", e virou pro garçom "Quero 4, por favor". :P
Desse lado é o rio, lá no fundo, depois da areia, já é o mar.

Depois de algum tempo, voltamos ao barco para seguir o passeio. A diversidade da natureza é estonteante. Passamos por regiões de mangue, dunas, praia... tudo tão tranquilo que acabei dormindo de braços cruzados numa espreguiçadeira no barco.  Sabem o meme do casal na gôndola em Veneza, pois é... Conseguem imaginar a marca horrível de sol que ficou? Meus dedos marcados nos dois braços, parece que apanhei. ahahhahahaha


Mas voltando ao passeio, depois do almoço tem uma parada onde um dos homens da tripulação, que já trabalhou pegando caranguejo, desce numa região de mangue para mostrar como funciona. Primeiro eles se besuntam de lama ou argila para evitar as picadas de mosquitos. Depois vão atrás dos caranguejos, apenas os machos.
Na primeira olhada que dei juro que vi uma estátua. 
Após a demonstração foi servida uma caranguejada deliciosa no primeiro andar do barco. Em seguida, chegamos na segunda parada para banho, num local maravilhoso com dunas.

Depois de um descanso, voltamos para o barco para encerrar o passeio. O passeio dura 6 horas, com saída 9h em ponto! Fomos pra casa cochilar e de noite voltamos ao mesmo restaurante da noite anterior para mais caranguejo!
No dia seguinte, fomos para a praia de Barra Grande, uma hora de distância do Delta. No caminho paramos no local onde dizem ter o maior cajueiro do mundo mas povo, passeio de índio, pode passar direto. Seguimos beirando o litoral e passamos pela praia de Morro Branco, que paisagem linda! Só paramos para algumas fotos e seguimos ao nosso destino. 
Essa é cartão postal, hein!
Depois de uns 15 minutos chegamos na praia da Barra Grande. Gente, pensa numa praia perfeita. É melhor!!!!! A praia mais linda que já fui na vida!!!!
Assim que chegamos reservamos um passeio de barco para ver cavalo marinho e depois descer o rio em bóia, mas como tem que esperar a maré, o passeio só poderia ser 14h.
Enquanto isso ficamos na praia. Ah, a praia... chegamos com a maré bem baixa, então ficava uma faixa de areia monstruosa, com água só no tornozelo. Depois de andar um bocado você consegue tomar banho mesmo. Conforme o tempo foi passando, a maré foi subindo. Ah, a praia... já disse que era perfeita??? Super calma e com muito vento. Várias pessoas fazendo kitesurf. Depois fiquei sabendo que vai gente do mundo todo pra lá só pelo kitesurf.

Credo, que vida difícil!
Depois de algumas horas, resolvemos começar com petiscos. Pedimos duas porções de ostra (de novo?) e uma de camarão frito com alho. Ô saudade das ostras...
E em seguida almoçamos um peixe maravilhoso. Ah, esqueci de falar algo muito importante, o restaurante que ficamos tem rede! Nada como dormir numa rede na beira da praia... ô dia perfeito.

Gente, isso nem tem cara de comida. Nunca vou entender.
Como combinado, 14h fomos fazer o passeio de barco. Fomos numa carroça com um burrinho até uma região de mangue. Te falar que não gostei muito dessa parte, parecia judiação com o burrinho andar naquela areia.
Depois pegamos um barco até onde teoricamente veríamos os cavalos marinhos, mas a maré subiu muito rápido então não conseguimos ver. Mas aí vem a melhor parte do passeio, descer a correnteza boiando. Acho que não vou conseguir explicar de forma fiel, mas acreditem, é muito bom! Tão relaxante... Ali na verdade não é rio, é o mar que entra pelo mangue quando a maré sobe. A correnteza vai te levando de volta para a praia sem você fazer nenhum esforço, só boiando com o colete salva-vidas. São 3Km de correnteza. Eu sei que parece chato, mas foi a melhor parte do dia.
O polêmico tema da exploração animal no turismo. Não vou entrar nesse mérito agora, mas é importante pensarmos sobre isso e estarmos atentos (e denunciar) aos possíveis maus tratos com os bichinhos.
Enfim, anoiteceu e voltamos para o Delta, e no dia seguinte cedinho voltamos para Teresina, rumo ao RJ.
Que fim de tarde incrível!!
Obrigada por compartilhar, Talinha! Agora já sei que quando eu for nem preciso me preocupar com roteiro. Exploração de irmã pode sim. :D