segunda-feira, 29 de junho de 2015

Valencia: Tierra de las flores, de la luz y del amor



Essa é outra escala que vamos fazer algumas vezes por aqui. Durante o mestrado que tirei em Coimbra passei um semestre em Valência, terceira maior cidade da Espanha. Na candidatura ao mestrado podíamos escolher onde iriamos para o intercâmbio obrigatório e minha primeira opção foi Barcelona, mas como era muito concorrida fui encaminhada para a segunda opção, que coloquei só para fins de preenchimento de formulário porque eu tinha certeza absoluta que iria pra Bcn e nem cogitava parar num lugar que nunca tinha ouvido falar. Mas... Ah, Deus, como Seus planos são perfeitos! Valência apareceu na minha vida e hoje não trocaria os meses vividos lá por nenhum outro lugar. Apesar de ser grande, tem aquele ritmo de cidadezinha delicioso que alivia qualquer estresse de coleta de dados, escrita de tese e aulas de estatística podem causar. Ponto pra mim. :)


Eu e minhas roommates no primeiro dia de aula

Valência tem três características que considero muito importantes na escolha de um lugar pra viver: metrô, segurança e é plana. Deixa eu me defender logo antes que alguém venha lembrar que Coimbra é um amontoado de ladeiras e não tem metrô bla bla bla: amor não se explica. kkkk Coimbra é minha cidade afetiva e todos os seus defeitos são lindos. Voltemos.


               
Uma cidade com muitas cores e o horizonte infinito por todos os lados

A capital da Comunidade Valenciana ganhou meu coração por seus atributos. Eu, que nunca tive carro próprio nem vislumbro ter a médio prazo, gosto de transportes públicos eficazes. Lá nunca andei em nada lotado em horário nenhum, conseguia chegar em todos os lugares que queria de metrô (inclusive no aeroporto) e ônibus. Estes, inclusive, possuem horário noturno especial. O que nos leva à segunda característica importante: segurança. Sim, você pode sair a noite e esperar um busão tranquilamente pra voltar pra casa. Claro que tem poucas opções e nem sempre atende o que precisamos, mas só a possibilidade de usar esse transporte no meio da madrugada sem qualquer problema e com risco mínimo já é uma graaande vantagem, não é mesmo, moradores do Rio de Janeiro? E se não tem ônibus, tem táxi com preços acessíveis e motoristas super simpáticos. As corridas de madrugada costumam custar por volta de 6 a 10 euros (informações de 2010).



E olha, Valência merece vááários passeios noturnos. Não decepciona nunca.

Em terceiro lugar mencionei uma característica que não costuma ser critério de qualidade de vida ou desenvolvimento local (que eu saiba). Mas, gente, não é muito mais cômodo morar num lugar plano? Nada de perder o fôlego pra dar uma volta no centro, nada de preguiça de passear por pensar nas ladeiras do caminho, nada de morrer com o carro no sinal vermelho... hahah





É ou não é o melhor lugar do mundo para descansar a vista? rsrs

Brincadeiras a parte, eu gosto disso de verdade, porque gosto de optar por ir a pé pra qualquer lugar sempre que posso. Ponto pra Valência.

E o que tem pra fazer por lá? Taaaaaanta coisa!!! Já ouviram falar da Ciudad de las Arts e las Ciencias? Das Fallas? Dos Jardins de Túria? Da estação de metrô Swarovsky (essa é por minha conta rsrs)? Valência tem muitos motivos pra se apaixonar. Aos poucos vou mostrar algumas coisinhas por aqui. Aguardem os próximos capítulos. :)


quarta-feira, 24 de junho de 2015

De Aeminium a Coimbra

Nossa próxima escala é novamente na minha eterna casa, Coimbra. Vamos viajar um pouco por sua história?


   

A localidade de Aeminium – nomenclatura romana referente a sua topografia (no topo do morro), posteriormente chamada de Conimbriga, Colimbria e, atualmente, Coimbra, é banhada pelo rio Mondego, único rio inteiramente português. Tinha uma importância estratégica por sua localização central, facilitando a ligação de Bracara Augusta (Braga) a Olisipo (Lisboa). Além disso, o rio Mondego, que nasce na Serra da Estrela e corta horizontalmente o país também tem grande importância, ligando o interior ao litoral.


Rio Mondego fora da zona urbana de Coimbra

Da ocupação muçulmana de 714 são datadas algumas construções importantes, como o palácio do governador da cidade, na zona fortificada, que futuramente viria a ser o paço real, residência dos primeiros reis de Portugal e atualmente pertencente à Universidade de Coimbra, adaptado para se tornar o Paço das Escolas



Coimbra torna-se a sede do reino de Portugal no reinado de D. Afonso Henriques, que se instalou na cidade atraído por sua posição estratégica e grandes fortificações, já mencionadas. Ainda em seu reinado foi fundado o Mosteiro de Santa Cruz, em 1131, onde o rei está sepultado até hoje. Além do mosteiro, o rei investiu muito da cidade, que viveu uma época áurea no séc. XII, com restauração e construção de pontes, ruas, calçadas, a Sé Velha, entre outras obras que melhoraram a infraestrutura e reforçaram o poder local.


Mosteiro de Santa Cruz e Café de Santa Cruz

 Sé Velha de Coimbra

Escadaria principal e interior da Sé Velha de Coimbra

Em 1290 é fundada a Universidade de Coimbra pelo rei D. Dinis, a primeira de Portugal e uma das mais antigas do mundo, eleita Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2013 (e salta Coimbra! E salta Coimbra! Olé, olé!). Uma estátua em sua homenagem encontra-se hoje em destaque no pátio em frente à Faculdade de Matemática. No mesmo local prédios das Faculdades de Medicina, Química, Letras, Farmácia, além de outras dependências acadêmicas compõem seu patrimônio arquitetônico.


Fonte: http://sergiocoimbrao.fotosblogue.com


Faculdade de Letras


Faculdade de Medicina

Comemorando 725 anos, hoje em dia a Universidade possui diversos outros campi espalhados pela cidade, com novas faculdades, cursos, especializações e eventos durante todo o ano. Com mais de quatro mil estudantes, a vida acadêmica dita a dinâmica da cidade, repleta de lendas e histórias marcantes que serão assuntos de outros posts só pra esse aqui não virar um livro. rs

Coimbra respira sua história todos os dias. Os monumentos, placas, prédios antigos e costumes locais mantêm viva uma tradição ligada à Academia que poucas universidades tem o privilégio de vivenciar atualmente. Digo e repito sempre, tenho um orgulho que não cabe em mim de fazer parte dessa história. Espero conseguir expressar isso em palavras, tentando traduzir o encantamento que senti desde a primeira vez que pisei nessa terra abençoada mais de 20 anos atrás. 

Coimbra é nossa e há de ser
Coimbra é nossa até morrer.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Turismo gastronômico em Bruxelas

Bruxelas não é uma cidade que posso dizer que conheço. Passei um dia lá fazendo escala pra Zadar, na Croácia. Mas foi o suficiente pra fazer meu paladar feliz. Por isso faço questão de dividir com vocês as maravilhas que pude experimentar em tão pouco tempo.

Pra início de conversa chegamos no horário do almoço e resolvemos já começar a explorar a culinária local: batatas fritas! Pense numa pessoa radiante por almoçar um saco de batatas fritas cheias de molho. Ai ai...


Pequeno, médio ou grande? O maior por favor, com dois molhos.

Depois de conhecer o Atomium, partimos para os entornos da Grand Place a procura de waffles, claro. Essas pequenas delícias inacreditáveis, de comer chorando de alegria. 



Waffle com chantilly, nutella e chocolate #vaigordinha
Agora uma pausa para uma informação muito importante. Para tudo que você tá fazendo e foca aqui. Estou prestes a mostrar a iguaria que merece todas as honrarias e homenagens culinárias do mundo. O alimento que mais me emocionou na vida. Sim, to falando de emoção, de arrepios, de lágrimas. Senhoras e senhores, com vocês o waffle com sorvete de pistache e calda de chocolate branco.


  Alguém me manda um desse pra comer agora? Preciso!!

Gente! Gen-te! Olhem bem para a imagem acima, que coloquei em tamanho X-Large agora que aprendi. hahah
Não é um waffle, é O Waffle. O mestre que controla os waffles-súditos do seu reino doce. A melhor coisa que comi na vida, mas sem nem pensar meia vez. Desde a textura caramelizada, crocante por fora e macia por dentro, passando pelo sorvete super cremoso e terminando na calda indescritível de chocolate branco não muito quente a ponto de derreter rápido o sorvete, mas o suficiente para aquecer sua boca e seu coração, cada pedacinho dele é perfeito. Tudo isso é uma festa pro paladar e eu passo meus dias querendo outro.

Sim, eu quero voltar a Bruxelas pra comer um waffle com sorvete de pistache e chocolate branco. Me julguem.

Encontramos esse querido numa das ruas que saem da Grand Place, que tem várias opções desses doces. Infelizmente não registrei o nome dessa loja, mas foi a única que vi com uma plaquinha do lado nomeando os sabores de sorvete oferecidos. E tem os waffles mais bonitos e douradinhos da cidade. Fácil de achar. rsrs

Então, amigos, se vocês tiverem a ousadia de passar por lá e não provar um eu vou me sentir ofendida com tamanho descaso. Olhem de novo pra foto acima. Com certeza não vão ignorar esse baby, né? Eu ainda ia falar do Café Delirium, mas já não consigo. Fico devendo. Quero um waffle.


terça-feira, 9 de junho de 2015

Curiosidades da Croácia

Já falei que a Croácia é incrível? E que lá tem fatos bem curiosos? Então me permitam repetir, porque esse país me surpreendeu de verdade e eu quero muito voltar pra descobrir mais coisinhas legais. Enquanto isso vou listar aqui algumas curiosidades que percebi nessa breve visita.


Riva, Split

- Não tem polícia na rua. Então a pessoa vem diretamente do Rio de Janeiro, nossa amada cidade calamitosa, acostumada a ver e ouvir sirenes por todos os lados e chega num país onde simplesmente não tem viaturas de polícia pelas ruas. Como assim? Isso é bom ou mau? To segura ou é melhor me esconder? Pois eu digo pra vocês que na Croácia isso é bom. Numa das noites ao sair pra jantar com as amigas croatas fomos a pé até o centro histórico de Split conversando e conhecendo a cidade. Durante o caminho entramos em becos, calçadas escuras, vielas desertas, todo tipo de lugar que eu jamais arriscaria cruzar sozinha. Diante de uma bifurcação elas escolhiam o caminho sombrio always! Até riam de mim quando eu, na minha desconfiança, perguntava "mas gente, tem certeza que é por aqui? Tá muito escuro. Vamos pela rua iluminada que é melhor." Tadinha de mim, não sei andar pelas ruas em paz...
O fato é que depois disso, e depois delas me garantirem que eu voltaria do jantar com todos os meus pertences, passei a confiar mais nas ruas de Split, que são super seguras, bem policiadas... ops... pera, cadê a polícia? Em três dias não vi e não entendi a estratégia de segurança de Split, mas querem saber de uma coisa? Funciona.

Explorando a cidade a noite, cheia de coragem

- Tem pratos individuais para dois. Gente, eu gosto de comer. E como muito, mesmo. Gosto de sentir que comi tudo que podia, do tipo "até morrer". Não é muito bonito dizer isso, mas é verdade (#vaigordinha). Portanto, turismo gastronômico está sempre incluído no meu orçamento de viagens, porque é o máximo experimentar comidas novas (ok, não me venham com grilos fritos, bichos vivos e melecas do mar, porque tudo tem limites hahah). Enfim, essa confissão foi pra dizer que eu e minha amiga também amante de comida (beijo, Bruna) nos aventuramos em pratos locais na Croácia e fomos vencidas por eles. Digo, tínhamos dificuldade em terminar qualquer coisa, seja refeição ou lanche. 
Parte da minha admiração por um país com certeza está vinculada ao quão feliz meu estômago foi por lá. E vou dizer, na Croácia fui muito feliz. Minha gente, quanta fartura!!! No primeiro dia já percebemos que não era preciso pedir dois pratos pra almoçar, um era suficiente para alimentar duas bocas famintas. E com preços acessíveis! I <3 Croacia. 
Então fica a dica: quando pedir um sanduíche ou um almoço na Croácia pense em duas pessoas. O corpo agradece e o bolso também.


 Pašticada. Carne de panela com um molho delicioso e nhoque

Čevapi. Um hamburguer de salsicha enoooorme e bom demais

- Não tem McDonalds. Nem Subway, nem Burger King, nem KFC... Ok, não é bem assim. No final da viagem descobrimos que tem sim um Mc em Split, mas fica num shopping meio afastado da parte mais turística da cidade. Vantagem? Todas! No lugar das grandes cadeias de fast food temos inúmeras opções de fast food locais, com lanches típicos e um pouco menos plastificados. Experimentamos sanduíches deliciosos e tamanho família (como o Čevapi acima), para a nossa alegria. 


- Também não tem Zara. Como no caso dos fast food, pode ser que tenha, mas é difícil de encontrar. No centro de Split não passamos por aquela típica rua das grandes cidades europeias onde se concentram as grandes fast fashion. Estamos falando da segunda maior cidade do país, senhoras e senhores. Outro fato admirável, pois o que está disponível nessa área são pequenos comércios, valorizando a cultura e economia do país. Ponto pra Croácia.

- Tem cheiro estranho vindo do mar. Essa eu só descobri por acaso. Tem um trecho do litoral de Split perto de Riva que fede. Calma, não é lixo ou poluição marítima, é enxofre. Segundo uma amiga croata, o cheiro surge só nessa faixa bem pequena do litoral, de onde o enxofre é exalado do mar, e os locais acreditam que inalar esse cheiro faz bem pra saúde e minimiza alguns sintomas físicos, como dor de cabeça ou ressaca. Creio que não haja base científica para esses benefícios do enxofre, mas sabem como é a crença popular né? Se você acreditar que funciona, funciona. 

- Tem praias de concreto. Essa é engraçada. Antes de chegarmos na praia urbana de Split passamos por uma espécie de calçada na beira do mar, de concreto, com pessoas deitadas em suas toalhas tomando sol. Eu pensei logo "Mas não sento aí pra fritar meu corpo é nunca. Que coragem." De verdade, eu senti meus pés queimarem só de imaginar a quentura daquele concreto refletindo o sol. Já tinha visto imagens dessas no google, então é uma prática normal por lá. Da próxima vez quem sabe não tento deitar no concreto pra me sentir mais "local"? hahah

Opção pra quem reclama de areia grudenta 

Enfim, as características acima não resumem ou definem essa bela região da Dalmácia banhada pelas águas do Mar Adriático, mas são algumas das impressões que captei em 2 dias e meio bem aproveitados. Não são verdades absolutas e, muito provavelmente, vocês que também passaram por lá tem impressões completamente diferentes. Essa é a beleza das viagens, permitir que cada lugar do mundo seja único pra cada pessoa que o conhece. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Três dias em Madrid

Continuando com os roteiros de três dias, mais uma capital européia. Cidade cujas ruas me lembraram muito o centro do Rio de Janeiro, onde quase tudo se faz a pé e os parques e praças convidam para um descanso na grama em dias de sol (ok, isso tudo é diferente do Rio, mas as calçadas e prédios lembram, eu juro). Senhoras e senhores, com vocês Madrid!
                                     

Sem mais delongas, vamos ao que interessa:

1º dia

- Palácio Real: Não tenho fotos do interior do palácio, mas... UAU! Todo o luxo e ostentação de uma nobreza estão bem representados nesses cômodos. Tem horários de visitação bem flexíveis, então é melhor dar uma conferida nesse site antes de se programar. Esse é na verdade o novo Palácio Real, pois o original foi destruído em um incêndio em 1734. A construção desse novo prédio terminou em 1751, ordenada pelo rei Felipe V. Os reis que aí residiram decoraram o palácio com obras de importantes artistas da época.
Como chegar: Metrô Opera. Eu particularmente fiz quase tudo a pé em Madrid. Achei a cidade bem fácil pra se localizar, e bem servida de metrô também. Não cheguei a andar de ônibus nenhuma vez. 



Jardim do Palácio Real


- Plaza de España: Foi nessa grama que tirei um bom e revigorante cochilo num dia quente de verão. Em alguma viagem fiz escala em Madrid, onde ia passar algumas horas. Como estava cansada, sem hostel e já tinha conhecido quase tudo da cidade (menos o Parque do Retiro, que acabou sendo esquecido dessa vez), invejei as dezenas de pessoas deitadas na grama tomando sol e resolvi fazer o mesmo. Primeiro deu um medinho do tipo: "É seguro? Será que não vão levar minha bolsa?" Porque né... aqui no Rio não se faz isso. Mas relaxei, fiz a bolsa de travesseiro com a alça enrolada no braço e dormi. Dormi mesmo, um sono tranquilo na sombra de uma árvore numa praça de uma cidade grande. Pra quem estiver com menos sono e mais disposição, a praça é linda pra dar uma caminhada e também tem atrativos diversos, como feirinhas e shows.
Como chegar: Saindo do Palácio Real pegue a Calle Bailén, bem em frente, e siga para a esquerda (de costas para o palácio). É uma caminhada curta até a praça.

- Gran Vía: Como diz o nome é uma grande avenida. E daí? Daí que é repleta de prédios enormes, históricos e lindos dos dois lados. Tem um movimento comercial bem forte, com as lojas famosas como Zara, H&M e afins. Vale pelas compras e pela bela arquitetura.
Como chegar: Chegando pela Calle Bailén, a Gran Vía está do outro lado da praça.



2º dia 

- Plaza Mayor e Puerta del Sol: No coração de Madrid está uma bela representação da grandiosidade da cidade. Várias cidades espanholas tem sua Plaza Mayor, onde se realizam eventos, tem restaurantes bacanas, lojas interessantes, artistas de rua etc. Um ponto de encontro local que vale ser revisitado, pois sempre tem uma surpresa. A praça de Madrid particularmente é bem dinâmica, viva. Todas as vezes que passei por ela vi algo novo, seja artista, feirinha ou mesmo descobrir uma lojinha que não tinha visto antes. A Puerta del Sol é uma praça bem perto também famosa por seus prédios, lojas e pelo reveillón lotaaaaaado. Passei o ano novo lá uma vez e mal consegui entrar na praça pra queima de fogos. É muita gente.



 E esse homem-aranha-comedor-de-churros-e-jamon? hahaha


 Reveillón na Puerta del Sol

Todos os madrileños e turistas vão pra lá

Curiosidade: Caminhando pela praça a noite encontrei algumas pessoas com malas e mochilas se acomodando nos cantinhos das paredes. Perguntei a alguém e descobri que muitos viajantes fazem isso: dormem na praça. Não sei bem se é uma tradição ou se foi uma coincidência sazonal, se essas pessoas viajam sem grana pra hospedagem e dormem sempre nas ruas, só achei bem corajoso da parte deles e estranho demais se acomodar nas calçadas. Mas... viajantes tem hábitos estranhos né? Quem sou eu pra julgar.
Como chegar: A Plaza Mayor fica perto da Calle Mayor, uma das ruas principais de Madrid. Como fica próximo também da Puerta del Sol, acho essa a estação de metrô mais acessível para as duas atrações. Piece of cake. Seria "una brisa" em espanhol? Alguém?

- Museo del Jamon: Se você gosta de jamón considere essa dica para todos os dias. Cardápio bom e barato, com sanduíches a partir de um mísero euro (pelo menos em 2009... rs). Tem vários pela cidade, mas alguns são icônicos, com "decoração" (é assim que chama carne pendurada pelo teto?) de peças inteiras de pernil e outros itens que remetem à cultura espanhola. Eu comi tanto sanduíche de jamón que voltei de viagem passando mal. Não precisa exagerar, mas experimente alguns tipos do presunto mais badalado do mundo. Bonito, gostoso e acessível. Perfeito. 
Como chegar: Tem vários pela cidade, mas o principal fica na Carrera de San Jerónimo, uma continuação da Calle Mayor, pouco depois da Puerta del Sol.



#vaigordinha

- Museu do Prado: Um dos museus mais legais que conheci na vida! Sempre acho que museus de arte clássica são mais do mesmo, afinal não sou conhecedora de estilos, épocas e influências artísticas. Mas no Museu do Prado andei pelos corredores apreciando diversas obras que passariam despercebidas se não fosse um detalhe genial: o guia impresso. Não me lembro de ver um guia gratuito tão bom como esse, que te encaminha pelas salas indicando as obras de destaque e contando um pouco sobre elas. Foi uma visita interessante e longe de ser boring. Reserve algumas horas pra não perder nada.
Como chegar: E pra gastar esse jamón todo vamos a pé. Seguindo pela Carrera de San Jerónimo vocês dão de cara com o Paseo del Prado, já avistando os belos jardins que circundam o museu.

Jardim na entrada do Prado

Uma pequena fila pra entrar, mas não demora taaanto assim




3º dia


- Reina Sofia: Visitei o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia em menos de uma hora, confesso. Não sou muito da turma da arte moderna/contemporânea. Não entendo, acho a maioria das obras esquisita, sem sentido... sei lá... caixote de papelão, borrões de tinta, esculturas disformes ou bonecas sujas pra mim não são peças de arte, não sei apreciar. O Reina Sofia é um museu voltado pra esse ramo, então só passei os olhos pela maioria das obras. Mas... tem um quadro que vale pelo museu inteiro: Guernica, do mestre Pablo Picasso. Gente, o que é aquilo? Enoooorme, tem uma sala só pra ele, merecidamente. Não pode ser fotografado, mas o pessoal tenta. Eu acho até ofensivo tentar tirar foto desse quadro, porque não vai capturar um milésimo do seu simbolismo, da sua beleza. É pra apreciar por longos minutos e pronto. Tem outras obras de Picasso pelo museu, como partes do Guernica. Foi a parte mais legal de visitar. Querem mais uma motivação? A entrada é baratíssima! ;)
Como chegar: Metrô Atocha, que também serve pro Museu do Prado, tudo pertinho.





- Parque do Retiro e Palácio de Cristal: Taí um arrependimento: não ter ido a esse parque. Sei lá porque, sempre fui deixando pra depois e nunca fui. Não cometa o mesmo erro. Dá uma olhada:

Parque do Retiro. Foto: Reprodução

Palácio de Cristal. Foto:http://www.to-madrid.com

Como chegar: Metrô Retiro. O parque é enooorme, então calce seu tênis mais confortável e não economize passo pra conhecer essa belezura (tá na minha mira. Me aguarde). Fica por trás do Museu do Prado, então os mais amantes da caminhada (yo!) podem se aventurar a pé até lá depois de conhecer o Reina Sofia.

Madrid tem muuuuito mais a oferecer. Mas esses roteiros eu sugiro sempre para um passeio em ritmo tranquilo, sem pressa de fazer check nas atrações, bater umas fotos e correr pra outra. É pra andar bastante, parar, apreciar, dormir na grama. É assim que eu gosto de conhecer os lugares. Vocês não? :)