quinta-feira, 4 de junho de 2015

Três dias em Madrid

Continuando com os roteiros de três dias, mais uma capital européia. Cidade cujas ruas me lembraram muito o centro do Rio de Janeiro, onde quase tudo se faz a pé e os parques e praças convidam para um descanso na grama em dias de sol (ok, isso tudo é diferente do Rio, mas as calçadas e prédios lembram, eu juro). Senhoras e senhores, com vocês Madrid!
                                     

Sem mais delongas, vamos ao que interessa:

1º dia

- Palácio Real: Não tenho fotos do interior do palácio, mas... UAU! Todo o luxo e ostentação de uma nobreza estão bem representados nesses cômodos. Tem horários de visitação bem flexíveis, então é melhor dar uma conferida nesse site antes de se programar. Esse é na verdade o novo Palácio Real, pois o original foi destruído em um incêndio em 1734. A construção desse novo prédio terminou em 1751, ordenada pelo rei Felipe V. Os reis que aí residiram decoraram o palácio com obras de importantes artistas da época.
Como chegar: Metrô Opera. Eu particularmente fiz quase tudo a pé em Madrid. Achei a cidade bem fácil pra se localizar, e bem servida de metrô também. Não cheguei a andar de ônibus nenhuma vez. 



Jardim do Palácio Real


- Plaza de España: Foi nessa grama que tirei um bom e revigorante cochilo num dia quente de verão. Em alguma viagem fiz escala em Madrid, onde ia passar algumas horas. Como estava cansada, sem hostel e já tinha conhecido quase tudo da cidade (menos o Parque do Retiro, que acabou sendo esquecido dessa vez), invejei as dezenas de pessoas deitadas na grama tomando sol e resolvi fazer o mesmo. Primeiro deu um medinho do tipo: "É seguro? Será que não vão levar minha bolsa?" Porque né... aqui no Rio não se faz isso. Mas relaxei, fiz a bolsa de travesseiro com a alça enrolada no braço e dormi. Dormi mesmo, um sono tranquilo na sombra de uma árvore numa praça de uma cidade grande. Pra quem estiver com menos sono e mais disposição, a praça é linda pra dar uma caminhada e também tem atrativos diversos, como feirinhas e shows.
Como chegar: Saindo do Palácio Real pegue a Calle Bailén, bem em frente, e siga para a esquerda (de costas para o palácio). É uma caminhada curta até a praça.

- Gran Vía: Como diz o nome é uma grande avenida. E daí? Daí que é repleta de prédios enormes, históricos e lindos dos dois lados. Tem um movimento comercial bem forte, com as lojas famosas como Zara, H&M e afins. Vale pelas compras e pela bela arquitetura.
Como chegar: Chegando pela Calle Bailén, a Gran Vía está do outro lado da praça.



2º dia 

- Plaza Mayor e Puerta del Sol: No coração de Madrid está uma bela representação da grandiosidade da cidade. Várias cidades espanholas tem sua Plaza Mayor, onde se realizam eventos, tem restaurantes bacanas, lojas interessantes, artistas de rua etc. Um ponto de encontro local que vale ser revisitado, pois sempre tem uma surpresa. A praça de Madrid particularmente é bem dinâmica, viva. Todas as vezes que passei por ela vi algo novo, seja artista, feirinha ou mesmo descobrir uma lojinha que não tinha visto antes. A Puerta del Sol é uma praça bem perto também famosa por seus prédios, lojas e pelo reveillón lotaaaaaado. Passei o ano novo lá uma vez e mal consegui entrar na praça pra queima de fogos. É muita gente.



 E esse homem-aranha-comedor-de-churros-e-jamon? hahaha


 Reveillón na Puerta del Sol

Todos os madrileños e turistas vão pra lá

Curiosidade: Caminhando pela praça a noite encontrei algumas pessoas com malas e mochilas se acomodando nos cantinhos das paredes. Perguntei a alguém e descobri que muitos viajantes fazem isso: dormem na praça. Não sei bem se é uma tradição ou se foi uma coincidência sazonal, se essas pessoas viajam sem grana pra hospedagem e dormem sempre nas ruas, só achei bem corajoso da parte deles e estranho demais se acomodar nas calçadas. Mas... viajantes tem hábitos estranhos né? Quem sou eu pra julgar.
Como chegar: A Plaza Mayor fica perto da Calle Mayor, uma das ruas principais de Madrid. Como fica próximo também da Puerta del Sol, acho essa a estação de metrô mais acessível para as duas atrações. Piece of cake. Seria "una brisa" em espanhol? Alguém?

- Museo del Jamon: Se você gosta de jamón considere essa dica para todos os dias. Cardápio bom e barato, com sanduíches a partir de um mísero euro (pelo menos em 2009... rs). Tem vários pela cidade, mas alguns são icônicos, com "decoração" (é assim que chama carne pendurada pelo teto?) de peças inteiras de pernil e outros itens que remetem à cultura espanhola. Eu comi tanto sanduíche de jamón que voltei de viagem passando mal. Não precisa exagerar, mas experimente alguns tipos do presunto mais badalado do mundo. Bonito, gostoso e acessível. Perfeito. 
Como chegar: Tem vários pela cidade, mas o principal fica na Carrera de San Jerónimo, uma continuação da Calle Mayor, pouco depois da Puerta del Sol.



#vaigordinha

- Museu do Prado: Um dos museus mais legais que conheci na vida! Sempre acho que museus de arte clássica são mais do mesmo, afinal não sou conhecedora de estilos, épocas e influências artísticas. Mas no Museu do Prado andei pelos corredores apreciando diversas obras que passariam despercebidas se não fosse um detalhe genial: o guia impresso. Não me lembro de ver um guia gratuito tão bom como esse, que te encaminha pelas salas indicando as obras de destaque e contando um pouco sobre elas. Foi uma visita interessante e longe de ser boring. Reserve algumas horas pra não perder nada.
Como chegar: E pra gastar esse jamón todo vamos a pé. Seguindo pela Carrera de San Jerónimo vocês dão de cara com o Paseo del Prado, já avistando os belos jardins que circundam o museu.

Jardim na entrada do Prado

Uma pequena fila pra entrar, mas não demora taaanto assim




3º dia


- Reina Sofia: Visitei o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia em menos de uma hora, confesso. Não sou muito da turma da arte moderna/contemporânea. Não entendo, acho a maioria das obras esquisita, sem sentido... sei lá... caixote de papelão, borrões de tinta, esculturas disformes ou bonecas sujas pra mim não são peças de arte, não sei apreciar. O Reina Sofia é um museu voltado pra esse ramo, então só passei os olhos pela maioria das obras. Mas... tem um quadro que vale pelo museu inteiro: Guernica, do mestre Pablo Picasso. Gente, o que é aquilo? Enoooorme, tem uma sala só pra ele, merecidamente. Não pode ser fotografado, mas o pessoal tenta. Eu acho até ofensivo tentar tirar foto desse quadro, porque não vai capturar um milésimo do seu simbolismo, da sua beleza. É pra apreciar por longos minutos e pronto. Tem outras obras de Picasso pelo museu, como partes do Guernica. Foi a parte mais legal de visitar. Querem mais uma motivação? A entrada é baratíssima! ;)
Como chegar: Metrô Atocha, que também serve pro Museu do Prado, tudo pertinho.





- Parque do Retiro e Palácio de Cristal: Taí um arrependimento: não ter ido a esse parque. Sei lá porque, sempre fui deixando pra depois e nunca fui. Não cometa o mesmo erro. Dá uma olhada:

Parque do Retiro. Foto: Reprodução

Palácio de Cristal. Foto:http://www.to-madrid.com

Como chegar: Metrô Retiro. O parque é enooorme, então calce seu tênis mais confortável e não economize passo pra conhecer essa belezura (tá na minha mira. Me aguarde). Fica por trás do Museu do Prado, então os mais amantes da caminhada (yo!) podem se aventurar a pé até lá depois de conhecer o Reina Sofia.

Madrid tem muuuuito mais a oferecer. Mas esses roteiros eu sugiro sempre para um passeio em ritmo tranquilo, sem pressa de fazer check nas atrações, bater umas fotos e correr pra outra. É pra andar bastante, parar, apreciar, dormir na grama. É assim que eu gosto de conhecer os lugares. Vocês não? :)

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