Três dias em Barcelona

Outra cidade que mora no meu coração. Porque se vamos falar de viagens, temos que valorizar os lugares que fazem nossos olhos brilharem, não é? Uma vez comentei num blog que amava Barcelona e uma leitora disse que iria pra lá e pediu dicas. Não hesitei. Falar de coisa boa é sempre um prazer. Ela iria ficar três dias na cidade, então montei um roteirinho com as visitas imperdíveis de BCN, já avisando que ela corria um sério risco de querer voltar pra conhecer o resto. 

Pois então: três dias é muito pouco pra conhecer Barcelona. Fui lá umas quatro vezes e ainda não andei tudo que queria. 

Bem, ao invés de chorar, vamos aproveitar então esse tempo pra explorar um pouquinho do local? Para cada atração eu dei uma dica de como chegar de metrô, que considero um excelente meio de transporte na cidade. Atende super bem os trajetos que vamos ver. 

                                    Vista de Barcelona (Park Guell)

1º dia: La Pedrera (Casa Milà), Casa Batló, Las Ramblas e Bosc de les Fades

Não sei se vocês curtem museus, mas esses são tão diferentes que vale a pena até pra quem não gosta, já que as próprias construções são as obras de arte. Sugiro pro primeiro dia porque é cansativo e demorado (na Casa Batló o melhor é pegar o áudio em português e acompanhar as explicações de cada detalhe da casa). Esses dois ficam bem próximos, então dá pra fazer no mesmo dia tranquilamente.

La Pedrera

Casa Batló

Como chegar: Metrô: Estação Passeig de Gracia ou Diagonal (descendo no Passeig de Gracia).

Depois sigam para a maravilhosa Las Ramblas! A primeira vez que fui a Barcelona fiquei num hostel nessa rua e foi a melhor localização ever! Nessa rua façam uma pausa estratégica em La Boqueria, um mercadão cheio de frutas, doces, chocolates, sucos fresquinhos, tapas, sorvete, tudo de bom pros olhos e pra boca.

Então podem seguir para o que é, na minha opinião, o bar mais bonito de BCN, o Bosc de les Fades. Fica na entrada do Museu de Cera, no final das Ramblas, sentido orla. É pouco divulgado, escondidinho, mas fácil de achar. Lá é mágico! Parece um conto de fadas mesmo, vale a pena. Só não pede vinho rosé, o de lá é horrível (que ninguém nos ouça). 

Bosc de Les Fades

Como chegar: Metrô Catalunya. Descendo na Plaza de Catalunya sigam as Ramblas desde o início, admirando as estátuas vivas, lojas de lembrancinhas, restaurantes. O mercado La Boqueria fica do lado direito, mais ou menos a meio das Ramblas. O Bosc de Les Fades do lado esquerdo, bem mais a frente. Procurem a entrada do Museu de Cera.

2º dia: Park Guell e Montjuic

Esse dia é pra relaxar um pouco, porque ontem vocês já andaram bastante. De manhã no Park Guell, andando, parando, andando, parando... Foi assim que fiz, pra curtir a beleza do parque e a vista da cidade. Recomendo o pequeno museu Gaudí, na entrada do parque, que conta um pouco sobre esse artista maravilhoso.

Como chegar: Metrô Vallcarca. O parque fica bem no alto, então podem subir pelas escadas rolantes (infraestrutura urbana, sua linda) que tem em algumas ruas de acesso perto dessa estação. Descendo na Av. Vallcarca é fácil localizá-las, é só perguntar pelas escadas pro Park Guell. O parque é bem grande, tem muitos detalhes, então preparem-se pra passar um tempinho bom por lá, explorando as trilhas principais e as maravilhas de Gaudí.

Já o Montejuic é enooooooorme, tem castelo, bondinho, jardins... Eu não vi tudo porque cansei de andar. rs

A melhor parte, claro, são as fontes mágicas de Montejuic. É um chafariz lindo logo ao final da rua da saída do metrô. Tem espetáculo de águas e música, com temas que variam conforme os dias. Lindo demais!! Confiram os horários no site oficial. Procurem chegar cedo, para garantir um bom lugar tranquilamente. Sempre fica muuuito cheio. Quanto mais escuro melhor, por causa do efeito das luzes. No verão por exemplo o sol se põe tarde, então por volta das 22h os espetáculos ficam mágicos de verdade. Podem repetir, não cansa.

Como chegar: Metrô Plaça Espanya. Descendo do metro vocês vão ver uma rua larga, ladeada de pequenas fontes e duas torres enormes. Daí já conseguem ver o castelo ao fundo. Sigam essa rua até as fontes mágicas e curtam o show das águas.

3º dia: Sagrada Família

A Sagrada Família é imperdível, né? Linda por dentro e por fora. É melhor chegar cedo pra evitar grandes filas.

Como chegar: Metrô Sagrada Família. Tem duas saídas, as duas servem para chegar na igreja. Não tem como se perder.

Extra: Tibidabo

Se der tempo, depois de dar uma geral na Sagrada Família, subam para os montes!

Esse parque de diversões é o mais antigo da cidade e um dos mais antigos da Europa, com algumas atrações originais do início do séc. XX. Não é assim uma Disney, mas me diverti muuuito, principalmente com estilo vintage. Tem um clima de parquinho antigo, charmoso, mas com alguma tecnologia, claro. O bom é comprar o ticket geral pra usar os brinquedos à vontade. Tive tanto medo no hotel fantasma que pedi pra sair no meio do caminho (shame on me). É dia de ser criança, comer pipoca e algodão doce.

Também tem uma igreja, para a qual confesso que dei pouca atenção, porque o parque era bem mais legal. Rsrs Andem pelos caminhos todos, que às vezes reservam uma vista linda da cidade e pequenos brinquedos, como pontes de cordas, escorregas, balanços...

Como chegar: Esse tem que conhecer de ônibus. Saem da Plaça Catalunya. Procurem os horários de ida e volta em lojas de informação turística. Ficamos um pouco perdidas na volta, porque não nos informamos direito onde passava o ônibus descendo pra cidade. Melhor ver tudo antes.

Barcelona tem tanta coisa legal que é difícil resumir. Certamente também merece outros posts com dicas específicas. Depois falo um pouco da comida e de outras delícias da cidade. Espero que curtam Bcn tanto quanto eu. :) 

Começando por onde mora meu coração

Pra começar, um gostinho de saudade.

Desde a primeira vez que pensei em um blog de viagens eu já sabia qual lugar iria inaugurar esse espaço. Sabe aquela cidade que arrebata seu coração? Que traz lágrimas aos olhos e um arrepio de saudade só pela menção de seu nome? Pois é, Coimbra é isso pra mim. Quando era criança eu queria duas coisas na vida: ser a rainha da Inglaterra e estudar na Universidade de Coimbra. Uma delas se concretizou. Rsrs

Coimbra fica na região central de Portugal, mais ou menos a meio caminho entre Lisboa e Porto. Muito acessível para quem quer visitar pelos dois aeroportos.

É uma cidade universitária, cheia de vida e vibrante pela presença em peso de estudantes de todo o país e de outros países também. A Universidade de Coimbra é uma das mais antigas do mundo, fundada em 1290. O Paço das Escolas abriga a torre do relógio, a famosa Cabra. Coimbra é repleta de lendas, histórias lindas e muita saudade. Aliás, saudade é a palavra que a define. Como diz o fado “Coimbra, terra de encantos. Fundo mistério é o teu. Chega a ter saudades dela quem nunca nela viveu”.

Eu morei lá por 5 anos, enquanto cursava graduação e mestrado. Foram, sem dúvida, os melhores anos da minha vida. Cada canto da cidade tem uma magia.

Mas vamos falar de atrações, que é o que interessa, certo?

Eu costumava fazer um roteirinho bacana para os amigos que me visitavam, começando na Cabra e descendo até o Parque Verde do Mondego (rio que corta a cidade). No caminho é possível ver uma das mais lindas bibliotecas do mundo, a Joanina, a Faculdade de Direito, os prédios de Letras, Matemática, Química e Medicina, além da Biblioteca Central. Um ao lado do outro. 

Descendo pela Sé Velha encontramos a Igreja da Sé Velha, o caminho de Quebra-Costas (é isso que você vai sentir ao subir por lá... rsrs) até avistar o Mondego e a Ponte de Santa Clara. Esse trajeto é todo na parte antiga da cidade, então é possível admirar as construções, as placas de onde viveram antigos estudantes famosos (Eça de Queirós estudou lá, sabia?), tasquinhas (típicos bares locais), restaurantes, cafés etc.

Outro caminho interessante é descer pelas Escadas Monumentais (125 longos degraus), passando pela Praça do Papa, Praça da República até o Largo da Portagem. Chegando lá sente-se numa mesa na esplanada de um dos cafés e respire os ares de Coimbra... Impossível não se apaixonar.

Do outro lado do Mondego temos uma das atrações mais encantadoras e pouco exploradas da cidade: Portugal dos Pequenitos. Um parque onde podemos visitar várias construções importantes portuguesas... em miniatura! É feito para os miúdos, mas os adultos se divertem demais também. É lindo ver prédios imponentes praticamente do seu tamanho. Um, digamos, Portugal de bonecas. 

Uau!! Já falei demais. E ainda não cheguei na parte interessante, que conta da vida coimbrã, dos convívios estudantis, das tunas acadêmicas (eu participei de uma, as Mondeguinas, joguem no google pra ver como somos lindas. Rsrs).

“Sonhos de vida criados, paixões não esquecidas. Beleza de tempos que foram histórias sem fim vividas...” E é com um trecho do Murmúrio que termino esse relato, sentindo que é impossível expressar em tão poucas palavras todo o amor que Coimbra proporciona a todos que passam por ela.  

Espero que vocês estejam amando, pois vou falar dela mais vezes, podem ter certeza. ;)

Eu tenho um blog?

Oi? Eu acabei de criar um blog? Acho que sim... Então vamos ver como isso funciona. 

Eu sempre tive um sonho de viver pelo mundo (na verdade tinha outros dois sonhos, mas conto depois). Aos poucos fui descobrindo lugares novos, explorando essa tal Terra e gostando cada vez mais. Pronto. Fui contaminada de vez pelo bichinho viajante e não quero mais parar. Acontece que às vezes preciso parar, porque dinheiro não nasce em árvore e eu nem encontro tantas moedas assim no chão. Mas não é que essa internet linda nos permite viajar e reviajar (10 minutos de blog e já to inventando palavras, onde vamos parar?) sentados no conforto de nossa casa? E que tal dividir as boas lembranças com outras pessoas e contribuir para uma epidemia do bicho viajante? É isso que vou tentar fazer, me divertindo ao reviver grandes viagens e compartilhar um pouco do meu mundinho com quem passar por aqui. 

Espero que se divirtam também. :)