quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

A escadaria mágica da Lello

Eu nunca assisti/li Harry Potter, mas conheço a história por trás da obra. É quase impossível morar no Porto e não saber algumas coisas sobre esse bruxinho que fascinou toda uma geração e que até hoje impacta diretamente no turismo aqui da Invicta. 


Sim, hoje vamos falar da Livraria Lello, cujas escadas ondulantes revelaram magia aos olhos de J. K. Rowling e serviram de inspiração para criar as escadas mágicas que levam Harry e os amigos a passear por algum lugar em Hogwarts (meus conhecimentos sobre isso terminam aqui). Mas a verdadeira magia da Lello é que ela não é encantadora só pros fãs de Harry Potter, ela aparece em praticamente todos os rankings das livrarias mais bonitas do mundo. Portanto, é mágica também para nós, amantes de livros. 



E é por isso que a Lello merece todo o sucesso que vem fazendo ao longo de seus quase 113 anos, a completar no próximo dia 13 de janeiro. Mais sobre a fundação e a história da livraria você pode ler aquiAlém da história, a Lello proporciona experiências marcantes aos seus visitantes (a tal magia que falei acima). Vou contar a minha, pode? Então tá. :)

Devido a popularidade da saga Harry Potter o número de visitantes aumentou vertiginosamente, levando os proprietários a cobrar pela entrada na livraria desde 2015, valor que é revertido em desconto na compra de qualquer livro. Na altura (2016) pagamos 3€ pela entrada, atualmente custa 5€. Essa cobrança ainda gera muita discórdia, considerando que é "apenas" uma livraria, onde todos tem direito de entrar para olhar/comprar livros. Já foi assim, mas é complicado controlar a circulação de mais de 1 milhão de pessoas por ano que não querem necessariamente comprar alguma coisa, não é? O espaço é pequeno e a gestão se tornou insustentável sem esse controle. Enfim, efeitos menos positivos do turismo que acontece em vários lugares do mundo. Adiante.



Hoje em dia os vouchers para entrar são vendidos numa loja ao lado da livraria, onde também comercializam outros produtos interessantes, desde cadernos com capa de couro e livrinhos de receitas portuguesas a bonequinhos de personagens de Star Wars. 

A primeira vez que a visitei foi por influência de uma amiga, quando passamos um dia no Porto. Eu não sabia nada sobre os bruxinhos, mas sempre gostei de livrarias, então curti demais da visita. Fomos no início de agosto, auge do verão e da temporada turística na Europa, ou seja, milhares de pessoas se apinhando nos corredores estreitos da livraria procurando um espacinho para tirar foto das escadas e dos detalhes.

Imagina que delícia era simplesmente sentar e ler na Lello antes da multidão a descobrir.

A Lello eternizou algumas das mais importantes figuras literárias dos séculos XIX e XX, como o meu querido Eça de Queiroz, que tem seu busto por trás da escadaria (o outro busto é de Miguel de Cervantes, grande escritor espanhol), além de outros escritores portugueses como Guerra Junqueiro, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental e outros que, junto com os irmãos Lello, são considerados os guardiões da Lello e tem suas imagens em baixo relevo no interior da livraria. 

Fico imaginando como era visitar a Lello antes, como era poder passear com calma e silêncio por entre as estantes de madeira trabalhadas, subir e descer as escadarias vermelhas sem esbarrar em dezenas de turistas. Com certeza tinha outra magia, outro encanto, talvez só para os amantes de livros.




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